Esposa diz à Polícia que em 20 anos nunca suspeitou do marido

Esta postagem foi publicada em 5 de setembro de 2019 Destaque 1, Notícias.
A esposa de um homem preso na quarta-feira (4), acusado de armazenar dezenas de arquivos de pornografia infantil, contou à Polícia Civil nunca ter suspeitado do marido durante os 20 anos de relacionamento.
O homem preso, identificado pelas iniciais C.F.V.F., de 49, é gerente de suprimentos de um hospital particular em Cuiabá e tem dois filhos pequenos – de 1 e 4 anos – com a esposa. As crianças serão submetidas a uma análise psicossocial para identificar se sofreram abusos por parte do suspeito.
A prisão em flagrante aconteceu por conta da deflagração da 5ª fase da Operação Luz da Infância, realizada em 14 estados, além do Distrito Federal e mais 6 países.
Em Cuiabá, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no apartamento do gerente, no Bairro Jardim Aclimação, onde foram encontrados cerca de 70 arquivos pornográficos com imagens de crianças e adolescentes.
De acordo com o delegado Eduardo Botelho, da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), no momento da ação estavam na casa, além do suspeito, a esposa, os dois filhos e a sogra.
Segundo ele, apenas a sogra não foi ouvida ontem, mas ela deve prestar depoimento ainda nesta semana.
A prisão
A prisão foi realizada pelos policiais civis da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnológica (Gecat) e Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).
O homem foi surpreendido pelas equipes. No endereço, os policiais – acompanhados de peritos – realizaram uma varredura e conseguiram localizar armazenados os arquivos com imagens sexuais envolvendo menores de idade.
Diante do flagrante, ele foi encaminhado junto com todo material à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), onde foi interrogado pelo delegado Eduardo Botelho. Os objetos apreendidos serão periciados.
No depoimento, o suspeito confessou o armazenamento dos arquivos, alegando que visava “satisfazer a própria lascívia”, mas que nunca havia praticado algum abuso.
Ele foi autuado em flagrante pelo crime previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata de adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
A operação

O delegado titular da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), Eduardo Botelho
A ação foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e contou com a participação da Polícia Federal, polícias civis e agentes da lei dos seguintes países: Estados Unidos, Panamá, Paraguai, Chile, Equador e El Salvador, além do Brasil.
Os mandados de busca visam a apreensão de arquivos com conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual praticados contra crianças e adolescentes.
No Brasil, as ações policiais ocorrem nos seguintes estados: Amazonas, Amapá, Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
Ao todo, 656 pessoas, entre policiais e agentes da lei, se envolveram no trabalho de investigação.
No Brasil, a pena para quem armazena esse tipo de conteúdo varia de 1 a 4 anos de prisão, de 3 a 6 anos de prisão por compartilhar e de 4 a 8 anos de prisão por produzir conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual.
Fonte: Midia News
